Judeus no mundo

VENEZUELA


A presença judaica na Venezuela é oficialmente datada do século XIX, mas há suposições de que o povo israelita já habitava as redondezas desde o século XVII. Tal presença não mantém provas físicas de sua existência, porém diz a crença popular venezuelana que marranos (cristão-novos que praticavam o judaísmo secretamente) oriundos de certas colônias, como Curaçao, já haviam se estabelecido na região antes mesmo do início deste século.

 

Foi no início do século XIX, contudo, que a história dos judeus na Venezuela começa a ser importante para a política e a cultura do país. Neste período, a colônia se encontrava em conflito com a metrópole, a Espanha, a fim de obter sua independência e o líder desta luta, Simon Bolívar, se abrigou na casa de respeitáveis famílias judias da época tais como as de Mordechai Ricardo e dos irmãos Ricardo e Abraham Meza. Além disso, alguns judeus lutaram nas insurreições de Bolívar e, com o passar do tempo, os judeus criaram laços fortes com o novo país independente.

 

Com a queda do absolutismo, governos mais liberais foram instalados nas ex-colônias espanholas e isto garantiu a liberdade de culto para os habitantes. Com o fim da perseguição discriminatória do governo, os judeus encontraram um porto seguro para se estabelecer. De 1820 data a primeira comunidade judaica a manter um cemitério oficial, na cidade de Core. Nos cinqüenta anos subseqüentes, a imigração judaica foi grande, estabelecendo diversas comunidades, como nas cidades de Caracas, Puerto Cabello e Coro.

 

Após se fixarem no novo país, os judeus venezuelanos provenientes de diversas outras nações começaram a enfrentar o grande problema da assimilação, até que, no final do século, comunidades inteiras desapareceram por não manter as tradições e a população totalizou apenas 247 judeus.

 

As primeiras décadas do século XX foram marcadas pela criação de organizações como a Sociedade Israelita Venezuelana, para computação de dados da comunidade e para centralização cultural e administrativa. Estas instituições incentivaram a imigração e a junção do povo judeu em algumas cidades-chave, o que fez com que a população aumentasse abruptamente e, em 1917, mesmo com restrições de entrada na Venezuela, já se contavam 882 judeus (quase o dobro em relação ao início do séc. XX).

 

Em 1943, o nazismo na Alemanha fez com que aproximadamente 600 judeus entrassem no país como novos cidadãos e ainda quase 6 mil outros se tornaram venezuelanos em 1959. Com a queda do ditador Perez Jimenez, as restrições para imigração foram afrouxadas e a população judaica sofreu seu maior aumento: em 1970, contabilizava 15 mil judeus.

 

Atualmente, existem cerca de 35 mil judeus venezuelanos que mantêm 15 sinagogas. Existem na Venezuela os movimentos juvenis Noar LeNoar, Maccabi e Hashomer Hatzair.